Assenta nos mesmos princípios, na mesma intensidade, no mesmo pressing ofensivo, na mesma capacidade de romper pelas alas. De cabeça limpa e virada para o ataque, constrói um futebol positivo, cheio de oportunidades de golo e emoção em cada arranque de Hulk. Enfim, sabe ser feliz.
Como se não tivesse uma história alegre por trás, confunde o passado com presente e entra nesta época como tinha entrado na anterior: a marcar. Rolando, outra vez ele, fez o primeiro golo aos três minutos, como tinha feito no ano passado. Na altura criou ansiedade no Benfica, agora matou dúvidas.
As circunstâncias mudaram muito, é verdade, o F.C. Porto era esta noite favorito óbvio, contra a desconfiança da última época. Mas isso são coisas da nossa cabeça. No espírito da equipa a clareza de ideias e a força da vontade eram as mesmam. Talvez por isso o Vitória só ameaçou na segunda parte.
A primeira, essa, foi pintada de azul. Mesmo sem Falcao, Guarín, Álvaro Pereira ou James, jogadores fundamentais, é certo, o F.C. Porto integrou bem jogadores como Souza, um dos melhores em campo, confirmou que os inícios de época são as melhores fases de Hulk e fez por merecer o triunfo.
Entrou no jogo a marcar um golaço, cheio de arte e talento, que começou num toque de calcanhar de Moutinho, continuou no centro de letra de Hulk e acabou no cabeceamento de Rolando. Um golo perfeito. Pelo meio é verdade que o V. Guimarães empatou, mas foi uma igualdade que durou oito minutos.
Rolando, outra vez ele, que assumiu esta noite um papel de figura do jogo, tratou de restabelecer as distâncias e afastar o espectro de uma surpresa. Desta vez com o pé, mas ainda ao segundo poste e solto de marcação, fez o segundo pouco antes do intervalo e garantiu um regresso tranquilo dos balneários.
A tranquilidade só haveria de ser colocada em causa no quarto de hora final e já depois do F.C. Porto falhar uma mão-cheia de oportunidades. Pelo meio Pedro Proença deixou passar incólume pelo menos um penalty sobre Hulk: embora haja mais dois lances na área vimaranense passíveis de discussão.
Ora com tudo isto, e como é natural, o V. Guimarães encheu-se de coragem e ameaçou o empate em duas ou três ocasiões. Foram só ameaças, porém: a justiça prevaleceu e o F.C. Porto ganhou a Supertaça Cândido de Oliveira. Vítor Pereira começa esta época como Villas-Boas tinha começado a anterior.
Para ele é um excelente sinal. Até porque a tarefa que tem é mais complicada que a de Villas-Boas: um passado feliz pode muitas vezes hipotecar-nos o futuro, lembram-se? Villas-Boas tinha todo um horizonte de possibilidades de fazer melhor à frente. Vítor Pereira não. Bem pelo contrário.
Começou por fazer igual e essa é uma grande vitória.
in maisfutebol.iol.pt, 07/08/2011
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