No papel, a União de Leiria até se apresentava com audácia, mas no relvado ficou-se pela postura expectante. Os três defesas (Manuel Curto, Haas e Edso) foram quase sempre cinco, porque os laterais pouco subiam; os dois alas do suposto trio de ataque tiveram quase sempre maior preocupação em acompanhar os laterais do FC Porto; e os dois médios (Marcos Paulo e Ogu) raramente subiam no terreno. Na frente – e mesmo assim preocupado em estorvar a acção de Fernando –, só Bruno Moraes.
Por isso, a posse de bola foi esmagadoramente portista, se bem que os Dragões tenham encontrado naturais dificuldades em circular a bola, face a um autêntico “muro” erigido por Manuel Cajuda. Na primeira parte, os azuis e brancos dispuseram de três situações claras para chegar ao golo: um remate de João Moutinho (14 minutos), defendido por Oblak, e dois de Janko, após assistências de Hulk e Alvaro (33 e 38). No segundo dos lances protagonizados pelo ponta de lança austríaco, foi novamente Oblak a evitar que o marcador fosse inaugurado.
Da primeira parte, há ainda a registar as constantes entradas da equipa médica leiriense, procurando quebrar o ritmo de jogo. Mas a equipa azul e branca não se pode queixar destes obstáculos já habituais e sabia que, no segundo tempo, precisava de acelerar o ritmo da partida.
Foi assim que os Dragões iniciaram a segunda parte, em que o adversário se viu reduzido a dez unidades aos 48 minutos, por expulsão de Shaffer, após entrada violenta sobre João Moutinho. Os leirienses recuaram ainda mais no terreno, com o avançado Bruno Moraes a ser substituído por Tiago Terroso. Ainda antes de chegar ao golo, o FC Porto viu-lhe ser negado mais um penálti, um “clássico” nos dias que correm: Hulk foi abalroado por Tiago Terroso, aos 63 minutos.
O golo chegaria três minutos depois, já com James em campo, no lugar de Varela. Vítor Pereira percebeu que o colombiano poderia ser útil para encontrar espaços no meio de um bloco muito baixo, e foi assim que sucedeu. No lance do 1-0, o FC Porto circulou a bola com paciência e João Moutinho rasgou pela defesa leiriense e serviu James, que tocou para Janko encostar. Foi o segundo golo do reforço portista em dois jogos. Oblak continuou a fazer “milagres”, mas foi incapaz de evitar o segundo tento do FC Porto: o esloveno ainda parou o primeiro remate de Lucho, que foi assistido por Hulk, mas não a recarga de James. Aos 74 minutos, a partida ficou sentenciada.
João Moutinho encheu o campo até aos 80 minutos, quando cedeu o seu lugar a Defour, mas seria já sem o seu contributo que o marcador chegaria ao 4-0. Alvaro, que bem mereceu o golo pelo ritmo que impôs ao corredor esquerdo, fez o 3-0, servido por Djalma, que acrescentou velocidade aos minutos finais do Dragão. O uruguaio apareceu com um autêntico ponta de lança na área leiriense, mas Maicon não lhe ficaria atrás. Na resposta a um livre apontado por James, cabeceou com autoridade para o 4-0.
Antes da viagem a Setúbal, o FC Porto recebe o poderoso Manchester City (quinta-feira, 20h05), no regresso das competições europeias. A julgar pela exibição da segunda parte, os Dragões estão preparados para os desafios que se seguem.
in fcporto.pt, 12/02/2012
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