Hulk começa a ser perseguido antes mesmo do início do jogo, quando seu nome é
anunciado no estádio.
Entre os titulares da seleção brasileira, o atacante do Zenit, da Rússia, é o
mais contestado pelos torcedores.
Mas Hulk faz bem mais pelo time do que Kaká e Ronaldinho, astros que Luiz
Felipe Scolari deixou de fora da Copa das Confederações.
A Folha comparou o desempenho de Hulk, Kaká e Ronaldinho em dois
amistosos no time de Felipão.
O jogo contra a Bolívia foi excluído por ter sido disputado por seleções
locais e sem que o Brasil pudesse ter feito nem um treino sequer.
Pelos números do Datafolha, Hulk contribui mais para o time tanto no ataque
quanto na defesa.
O paraibano finaliza mais vezes, desarma mais, cruza mais e erra menos
passes. O único ponto em comum é o fato de nenhum dos três ter marcado gol
nessas partidas.
Contra a Inglaterra, em Wembley, Ronaldinho perdeu pênalti. Kaká, em mais de
cem minutos em campo ante Rússia e Itália, não conseguiu arriscar um chute.
CONCORRÊNCIA
É impossível compará-lo a Lucas, o preferido da torcida, porque o jovem do
PSG nunca foi titular com Felipão -- sempre que entrou foi no segundo tempo,
perto do fim.
Questionado sobre a concorrência entre Hulk e Lucas, Felipão tergiversou.
"Eu tenho trabalhado para deixar a equipe mais competitiva", disse. "Tenho os
dois, mais o Jadson, que jogam por aquele setor. Se eu achar que tenho que
colocar A ou B, eu vou colocar."
Hulk jura não se importar com as vaias que recebeu no Maracanã e na Arena
Grêmio nos últimos amistosos.
O atacante sabe que paga por não ter quem o defenda. Se Oscar é vaiado pelos
gremistas, por exemplo, ao menos pode contar com o apoio da torcida do Inter.
Hulk, não.
"Se eu tivesse jogado em algum grande do Brasil, talvez o tratamento fosse
diferente", disse o atacante. "Tenho que mostrar mais trabalho para ser
reconhecido."
A desconfiança da torcida é só mais um obstáculo na carreira de Hulk. No ano
passado, o ex-jogador e deputado federal Romário acusou o então técnico Mano
Menezes de convocá-lo para favorecer uma eventual negociação.
"Respeito o Romário como ídolo", disse à Folha na época. Hulk trocou o
Vitória pelo futebol japonês aos 18 anos, depois brilhou no Porto e agora está
na Rússia.
Sua transferência para o Zenit custou € 60 milhões (R$ 170 milhões, na
cotação de ontem), o que gerou ciúmes. Teve problemas com colegas de time e com
o técnico Luciano Spaletti. Agora, admite negociar uma transferência para o
Chelsea.
in folha.uol.com.br
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