terça-feira, 25 de março de 2014

Hulk: "Quaresma é como eu: arrisca, erra mas resolve"

Hulk rendido ao Mustang. Em vésperas do clássico, o Incrível revisita as meias-finais da Taça de Portugal de 2010/11 e aposta no extremo para fazer a diferença a favor do FC Porto. Diz que são parecidos no estilo porque ambos pegam na bola e partem para cima dos adversários.


Antes de marcar dois golos e oferecer o primeiro triunfo ao Zenit de André Villas-Boas, Hulk aceitou conversar com O JOGO sobre o clássico de amanhã. O Incrível foi decisivo nas meias-finais de 2010/2011, em que o FC Porto deu a volta à eliminatória no Estádio da Luz, e agora aposta em Quaresma para fazer a diferença. Diz que ele e o Mustang são parecidos nas características porque ambos não têm medo de arriscar um drible ou um remate de longe e que o FC Porto precisa de alguém assim. A torcer desde a Rússia, está confiante na vitória como também nos triunfos nas duas taças nacionais, que, na sua opinião, ajudariam a salvar a época.

Lembra-se das meias-finais da Taça de Portugal de 2010/2011?
Perfeitamente. E as recordações são boas, quer dizer, da primeira mão nem tanto porque perdemos em casa por 0-2, mas depois fomos ao Estádio da Luz sabendo que ia ser difícil, mas, com o empenho de todos, conseguimos um resultado muito importante.

O que é que fez a diferença na altura?
Aquilo que o FC Porto tem sempre: uma enorme confiança de que pode vencer, independentemente do estádio onde for. Tínhamos um grande plantel e fizemos um grande jogo. Ninguém acreditava dos que não estavam connosco porque nós estávamos confiantes. Reverter um resultado de 0-2 em casa do nosso principal rival, que também tinha uma grande equipa, foi bastante marcante. Motivou muito o grupo. Os nossos adeptos encheram a bancada, apoiaram bastante também. O FC Porto é isso: na hora em que é preciso toda a gente está unida.

O jogo da Luz é daqueles que ficam para contar aos netos?
Claro. Recordo-me bastante dessa partida, bem mais do que da final. Pela forma como foi e por ser um clássico em casa do principal rival.

Muitas vezes, nos clássicos são as individualidades a fazer a diferença. E o Hulk fez várias vezes. Agora aposta em Quaresma?
Sem dúvida. Quando ele voltou ao FC Porto eu disse logo que ele ia ajudar muito porque é um grande jogador. Quando se sabe, nunca se desaprende e o Quaresma nunca desaprendeu, mesmo tendo dado alguns passos para trás na carreira. Depois de ter saído do FC Porto não esteve ao mesmo nível nos clubes por onde passou. Agora, regressou, sente-se feliz na sua casa, conseguiu recuperar a forma e ser o Quaresma decisivo que os adeptos adoram. Tem uma qualidade impressionante, está confiante e tem experiência para ser decisivo nestes jogos. Como foi contra o Nápoles, onde marcou grande golo, ao nível dele.

Um golo à Hulk?
[Risos] Ele esteve muito bem e é um grande jogador, isso é indiscutível. Mas o mais forte no FC Porto é o coletivo e, por isso, depois é muito fácil as individualidades aparecerem a decidir. Se um jogador errar, outro vai aparecer para compensar. Isso é que torna o FC Porto forte.

Concorda que desde que o Hulk saiu faltava um jogador com essas características ao FC Porto?
Custa-me um pouco fazer esse tipo de comparações porque as equipas também são diferentes. Não gosto de falar de mim, só se for para falar mal [risos]. Falar bem fica para os outros. Hoje há o Quaresma, que pega na bola e vai para cima dos adversários. Podemos ser um pouco egoístas na forma de jogar, mas é mesmo assim. Ele tem de arriscar. Pode errar uma, duas ou três vezes que à quarta acerta, faz a diferença e resolve o jogo. O Quaresma, nesse aspeto, pensa como eu: os adeptos podem vaiar, assobiar, que vão acabar por aplaudir quando ele decidir... O Quaresma regressou e o FC Porto voltou a ter um jogador com essas características. Insisto, ele sabe que pode errar duas ou três vezes que lhe vão continuar a meter a bola porque uma vai dar certo e dá golo. 

in ojogo

Capa do jornal O JOGO de hoje

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