domingo, 9 de junho de 2013

Hulk muda de lado, vira líder da torcida e troca vaias por aplausos

Hulk é generoso. Muito vaiado há uma semana, no Maracanã, ele recolheu as pedradas que recebeu e devolveu em forma de carinho à torcida de Porto Alegre. Mais bem recebido, é verdade, coube a ele acabar com o silêncio sepulcral em vários momentos na Arena do Grêmio, com jogadas de efeito, dribles e muita vontade. Uma atuação digna dos aplausos que recebeu na vitória da seleção brasileira sobre a França.
 
Mantido por Felipão, apesar da chiadeira geral, ele começou o jogo no lado esquerdo. Felipão logo percebeu as dificuldades, e o jogador foi para a direita. O futebol brasileiro não fluiu, e lá foi o paraibano de volta à esquerda. Em qualquer dos lados, Hulk se destacou, a ponto de se transformar até em líder da torcida da geral.
 
A recepção ao jogador era uma incógnita. Para Hulk, o fato de ter saído muito novo do Brasil colabora para a bronca dos torcedores. Quando o placar anunciou seu nome na escalação, houve um misto de aplausos e um ruído, algo parecido com vaia. O temor de nova perseguição aumentou quando no primeiro minuto ele não conseguiu dominar um lançamento no peito.

Hulk, Brasil e França (Foto: Mowa Press)
 
Mas Hulk havia previsto após o empate contra a Inglaterra:
 
- Até o fim da Copa das Confederações, eles vão me aplaudir.
 
A competição nem bem começou e o camisa 19 começou a virar o jogo. Consertou dois lançamentos complicados de David Luiz, e deles criou bons lances. Quando cortou para o meio e finalizou de pé esquerdo para muito longe do gol de Lloris, ouviu aplausos entusiasmados. Afinal, era o único que fazia algo diferente. A reação da torcida o encheu de confiança.
 
Até o fim do primeiro tempo, ainda houve tempo para duas excelentes jogadas. Uma na direita, em que passou por Mathieu como se o lateral francês fosse uma criança, e cruzou, mas Sakho interceptou. E outra na esquerda, em tabela com Marcelo. O primeiro tempo terminou com aplausos. Para a Seleção, muito por conta dos pedidos de Felipão, ídolo local. Para Hulk, por reconhecimento ao seu esforço.
 
“Lucas, Lucas, Lucas!”. Os gritos que começaram a ecoar no segundo tempo, dessa vez, não tinham a ver com Hulk. Até porque, em poucos minutos, lá estava o atacante oferecendo perigo a Lloris. Primeiro em chute de pé esquerdo, após receber de Fred. Depois em linda tabela com Daniel Alves e um cruzamento que, por pouco, não terminou em gol de Oscar.
 
Em vantagem no placar, Luiz Felipe Scolari começou a poupar seus jogadores. E também arrumou tempo para agradar aos torcedores. Lucas, o xodó, entrou. Hulk saiu. Dessa vez, nada de vaias. Ele se sentou no banco, de onde viu Hernanes garantir a vitória, e vai dormir com o agradável barulho dos aplausos ecoando em sua cabeça.
 
in globoesporte

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