Sucesso no futebol japonês, para onde se transferiu aos 18 anos, no Porto, clube pelo qual venceu 11 títulos em quatro anos e agora no Zenit, que o contratou pela bagatela de R$ 153 milhões, Hulk, que chegou a ser dispensado da base do São Paulo, já era um colosso antes de ir para o exterior.
“Sempre foi esse mesmo estilo de jogador que gosta de vencer. Agora até que amadureceu, mas era muito difícil pra ele perder. Era valente, buscava o jogo o tempo todo, em termos técnicos, sempre teve muita força e um chute que já impressionava”, conta João Paulo Sampaio, ex-técnico das divisões inferiores do Vitória e hoje coordenador da base do clube baiano.
“Ele tinha muita qualidade, uma força que era inexplicável, velocidade e um chute potente”, lembra um antigo companheiro de time. “Os caras no treino reclamavam muito porque ele colocava a bola na frente e não tinha jeito, atropelava.”
Por que, então, o atacante de confiança de Luiz Felipe Scolari não brilhou em casa? O próprio jogador tem uma explicação. “Na época, o Vitória estava muito bem, tinha Edilson e Obina no ataque. O Obina vinha em grande fase, e o Edilson, com um grande nome.”
Edilson, o ‘Capetinha’ e Obina, que despontava então para mais tarde entrar no folclore da torcida nacional como aquele que é ‘melhor que o Eto’o’, barraram o gigante paraibano de Campina Grande no Rubro-Negro de Salvador.
“É, eu vivia um grande momento, e o Edilson tem a história dele, a qualidade que todos sabem que tem”, concorda Obina, mesmo companheiro que elogia Hulk três parágrafos acima neste texto.
E o atacante da seleção não é do tipo de que reclama do banco de reservas. “Teve um jogo que dei uma bronca nele, ele abriu os braços e disse, ‘deixa eu jogar, pô’. Assim que entrei no vestiário, peguei ele pela camisa, braços abertos pra Jesus Cristo e falei, ‘nunca mais faça isso com um treinador’. Ele começou a chorar. O Hulk é um bom garoto. Sempre quando pode, liga, manda presente pros meninos aqui da base, ele reconhece isso”, lembra João Paulo Sampaio.
Givanildo Vieira de Souza, que desde o Vitória era conhecido pelo nome do super-herói verde dos quadrinhos, atuou apenas duas vezes pelo profissional do time baiano, no Campeonato Brasileiro de 2004, em derrotas por 3 a 2 para o Fluminense, no Barradão e por 2 a 1 para o Internacional, no Beira-Rio, sempre entrando no segundo tempo. O Vitória acabou sendo rebaixado, e no início do ano seguinte, Hulk foi vendido para o Kawasaki Frontale por um valor que hoje seria considerado ridículo para aos seus padrões.
“Em dólares foi coisa de pouco mais de 1 milhão. Mas não tem arrependimento, na época o Vitória estava crescendo muito. Foi como o David Luiz, que acabou vendido para o Benfica quando caímos para a Série C por 2 milhões de euros, em 2007. Você está doido por dinheiro e acaba vendendo pra sair do buraco”, explica Sampaio.
FICHA TÉCNICA
Nome: Givanildo Vieira de Souza
Nascimento: 25/07/1986 (27 anos)
Clube: Zenit (RUS) - 32 jogos e 21 gols na temporada
Estreia na seleção: Brasil 1 x 0 Inglaterra (14/11/2009)
Convocações: 37 (18 com Felipão)
Jogos pela seleção: 33 (15 com Felipão)
Gols pela seleção: 8 (2 com Felipão)
- 26/05/2012 - Brasil 3 x 1 Dinamarca - amistoso (2 gols)
- 09/06/2012 - Brasil 3 x 4 Argentina - amistoso
- 07/09/2012 - Brasil 1 x 0 África do Sul - amistoso
- 10/09/2012 - Brasil 8 x 0 China - amistoso
- 11/10/2012 - Brasil 6 x 0 Iraque - amistoso
- 16/11/2012 - Brasil 5 x 0 Honduras - amistoso
- 19/11/2013 - Brasil 2 x 1 Chile - amistoso
Copas do Mundo: Nunca disputou
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