sexta-feira, 23 de maio de 2014

Obina e Capeta não 'deixaram' Hulk jogar no Brasil


O torcedor brasileiro pode não se lembrar, mas Hulk, provável titular da seleção na primeira Copa do Mundo em casa desde 1950, jogou profissionalmente em um grande time do país, no Vitória. “Sai muito cedo, não tive tanta oportunidade, não tive muita chance de jogar, mas não olho pelo que não deu certo”, comenta o hoje jogador do Zenit, da Rússia.

Sucesso no futebol japonês, para onde se transferiu aos 18 anos, no Porto, clube pelo qual venceu 11 títulos em quatro anos e agora no Zenit, que o contratou pela bagatela de R$ 153 milhões, Hulk, que chegou a ser dispensado da base do São Paulo, já era um colosso antes de ir para o exterior.

“Sempre foi esse mesmo estilo de jogador que gosta de vencer. Agora até que amadureceu, mas era muito difícil pra ele perder. Era valente, buscava o jogo o tempo todo, em termos técnicos, sempre teve muita força e um chute que já impressionava”, conta João Paulo Sampaio, ex-técnico das divisões inferiores do Vitória e hoje coordenador da base do clube baiano.

“Ele tinha muita qualidade, uma força que era inexplicável, velocidade e um chute potente”, lembra um antigo companheiro de time. “Os caras no treino reclamavam muito porque ele colocava a bola na frente e não tinha jeito, atropelava.”


Por que, então, o atacante de confiança de Luiz Felipe Scolari não brilhou em casa? O próprio jogador tem uma explicação. “Na época, o Vitória estava muito bem, tinha Edilson e Obina no ataque. O Obina vinha em grande fase, e o Edilson, com um grande nome.”

Edilson, o ‘Capetinha’ e Obina, que despontava então para mais tarde entrar no folclore da torcida nacional como aquele que é ‘melhor que o Eto’o’, barraram o gigante paraibano de Campina Grande no Rubro-Negro de Salvador.

“É, eu vivia um grande momento, e o Edilson tem a história dele, a qualidade que todos sabem que tem”, concorda Obina, mesmo companheiro que elogia Hulk três parágrafos acima neste texto.

E o atacante da seleção não é do tipo de que reclama do banco de reservas. “Teve um jogo que dei uma bronca nele, ele abriu os braços e disse, ‘deixa eu jogar, pô’. Assim que entrei no vestiário, peguei ele pela camisa, braços abertos pra Jesus Cristo e falei, ‘nunca mais faça isso com um treinador’. Ele começou a chorar. O Hulk é um bom garoto. Sempre quando pode, liga, manda presente pros meninos aqui da base, ele reconhece isso”, lembra João Paulo Sampaio.

Givanildo Vieira de Souza, que desde o Vitória era conhecido pelo nome do super-herói verde dos quadrinhos, atuou apenas duas vezes pelo profissional do time baiano, no Campeonato Brasileiro de 2004, em derrotas por 3 a 2 para o Fluminense, no Barradão e por 2 a 1 para o Internacional, no Beira-Rio, sempre entrando no segundo tempo. O Vitória acabou sendo rebaixado, e no início do ano seguinte, Hulk foi vendido para o Kawasaki Frontale por um valor que hoje seria considerado ridículo para aos seus padrões.

“Em dólares foi coisa de pouco mais de 1 milhão. Mas não tem arrependimento, na época o Vitória estava crescendo muito. Foi como o David Luiz, que acabou vendido para o Benfica quando caímos para a Série C por 2 milhões de euros, em 2007. Você está doido por dinheiro e acaba vendendo pra sair do buraco”, explica Sampaio.

FICHA TÉCNICA

Nome: Givanildo Vieira de Souza
Nascimento: 25/07/1986 (27 anos)
Clube: Zenit (RUS) - 32 jogos e 21 gols na temporada

Estreia na seleção: Brasil 1 x 0 Inglaterra (14/11/2009)
Convocações: 37 (18 com Felipão)
Jogos pela seleção: 33 (15 com Felipão)
Gols pela seleção: 8 (2 com Felipão)
- 26/05/2012 - Brasil 3 x 1 Dinamarca - amistoso (2 gols)
- 09/06/2012 - Brasil 3 x 4 Argentina - amistoso
- 07/09/2012 - Brasil 1 x 0 África do Sul - amistoso
- 10/09/2012 - Brasil 8 x 0 China - amistoso
- 11/10/2012 - Brasil 6 x 0 Iraque - amistoso
- 16/11/2012 - Brasil 5 x 0 Honduras - amistoso
- 19/11/2013 - Brasil 2 x 1 Chile - amistoso

Copas do Mundo: Nunca disputou

 Como joga na seleção

Como joga no Zenit

in espn

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